Lucas, em breves palavras, divide a humanidade em dois grupos: “Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-Lo. Os fariseus e os escribas murmuravam” Lc 15,1. A um destes dois grupos, cada um de nós pertence, tenha disso consciência ou não.
Noutras palavras, o hagiógrafo confirma isso ao dizer: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons”, Lc 6,43, e confirma: “Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos” Lc 6,44.
O Nazareno, em termos de praticidade, era e continua imbatível. Sem receio, acrescentou: “Não se colhem figos de espinheiros nem uvas de plantas espinhosas” Lc 6,44.
O Mestre aprofunda a questão ao aduzir: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração”, porém, a recíproca, é verdadeira: “O homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio” Lc 6,45.
Evidentemente, aqui o hagiógrafo se refere ao coração bíblico, ou seja, o experimentado, o cotidiano de cada um. É ele que constitui o nosso tesouro, seja ele bom ou mau. É da nossa experiência que partem tanto as coisas positivas quanto as negativas. Essa é a árvore existencial que somos.
Contudo, convém termos presente que, se o nosso tesouro, ou seja, a nossa árvore existencial for boa, dela extrairemos coisas positivas. A recíproca é verdadeira. Se nosso experimentado for mau, como poderá dele ser extraído algo de positivo?
A nossa árvore existencial será construída e conservada a partir do ouvir e viver a Palavra de Deus, ou vice-versa.
Eis que o Mestre prossegue: “Por que Me chamais: Senhor! Senhor!, mas não fazeis o que vos digo?” Lc 6,46.
A seguir, em Sua logicidade, compartilha: “Vou mostrar-vos com quem se parece todo aquele que vem a Mim, ouve as Minhas palavras e as põe em prática. É semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha” Lc 6,47-48.
O resultados, ou seja, os frutos, foram: “Veio a enchente, a torrente deu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída!” Lc 6,48.
Infelizmente, a recíproca pode ocorrer conosco. Podemos estar entre aqueles que “ouvem a palavra e não a põem em pratica”, e, por conseguinte, “construíram uma casa no chão, sem alicerce”, as consequências serão desastrosas, pois, “a torrente deu contra a casa, e ela, imediatamente, desabou”, e pesarosamente, o Mestre conclui: “Foi grande a sua ruína” Lc 6,49. Jesus Amado, faze que sejamos sábios e acolhamos a Tua palavra, porém, ajuda-nos a transformá-la em vida. Assim, resistiremos às provações e, do nosso tesouro bom, colheremos frutos, igualmente, bons.
Pe. Jacob, MSF.