Uma das coisas que Jesus desconhecia era o medo para desafiar Seus seguidores. Com toda a naturalidade afirma: “Não penseis que vim trazer paz à terra”, para confirmar: “Não vim trazer a paz, mas sim a espada” Mt 10,34.
Podemos imaginar com que espanto, os discípulos escutaram o compartilhar do Mestre: “De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra” Mt 10,35. O Nazareno não deixa por menos: “Os inimigos do homem serão os seus próprios familiares” Mt 10,36.
Faz parte dessa espada apresentada pelo Mestre a opção fundamental por Ele: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a Mim não é digno de Mim” Mt 10,37. Jesus prossegue: “Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a Mim não é digno de Mim” Mt 10,37.
A predileção dos familiares pelo Mestre pode ser outra faceta dessa espada. Existem lares divididos por causa disso.
Faz parte dessa paz inquieta do Cristo a capacidade para assumir a cruz do dia a dia. Sem Jesus, a mesma poderá ser pesada demais e, possivelmente, constranger Seus Seguidores.
Agora, com o Nazareno, que nos orienta: “Quem não toma a sua cruz e não Me segue não é digno de Mim” Mt 10,38, para paradoxalmente, confirmar: “Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la, e quem perde a sua vida por causa e Mim vai encontrá-la” Mt 10,39.
A seguir, o Nazareno abre outra significativa pista: “Quem vos recebe, a Mim recebe, e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou” Mt 10,40.
Assim Jesus institui um novo relacionamento que transcende os laços sanguíneos. Essa assertiva é aprofundada quando Ele aduz: “Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta”, e continua: “Quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo” Mt 10,41.
Como ficamos nós que, por vezes, damos mais atenção às aparências que à realidade, também, no que diz respeito às pessoas? Quantas vezes valorizamos mais os títulos ou as funções que a pessoa propriamente dita.
Por vezes, estamos mais preocupados em agradar e não melindrar as autoridades que defender nossas convicções.
Jesus rompe com os paradigmas: “Quem der ainda que seja apenas um copo de água fresca a um destes pequeninos, por ser Meu discípulo, em verdade vos digo, não perderá a sua recompensa” Mt 10,42.
Quando vamos aprender e viver esta mensagem? Quando aprenderemos ver Jesus na pessoa do carente, assim como Se faz presente no mais favorecido? Jesus preocupava-Se com os Seus, pois, somente partiu dali “depois que acabou de dar essas instruções aos Doze discípulos”, e o fez “a fim de ensinar e pregar nas cidades deles” Mt 11,1.
Pe. Jacob, MSF.