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Jesus Capcioso

Por Pe. Jacob, MSF.

O mesmo Jesus de Nazaré que Se apresentava como o Humilde e  Manso de Coração, quando necessário, apresentava o Seu Coração Bíblico, ou seja, o Seu experimentado, como Quem sabia muito bem conviver com a capciosidade e, até mesmo, com a ironia e o cinismo, se preciso fosse.
Um dia desses, quando com os Seus discípulos estava em Jerusalém, e “enquanto estava andando no templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se Dele e perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas? Quem Te deu autoridade de fazer estas coisas?” Mc 11,27-28.
“Estas coisas” eram referentes à expulsão dos vendilhões do templo e tudo o que a isso estava relacionado.
Normalmente, quando as atitudes e os comportamentos de terceiros nos incomodam, faríamos muito bem em nos questionar sobre o porquê da nossa reação? Geralmente, o que criticamos nos demais, reflete algo em desarmonia em nós próprios. A reação de Jesus foi de Alguém maduro, mais preocupado com a verdade que com a Sua auto imagem.
Jesus, percebendo a dureza dos seus corações e a implícita malícia que envolvia as suas perguntas, partiu tranquilo para o contra ataque: “Vou fazer-vos uma só pergunta. Se Me responderdes, Eu direi com que autoridade faço isso” Mc 11,29.
Podemos imaginar com que curiosidade e com que expectativa, esses espertos e malandros interlocutores aguardaram a pergunta que veio curta e rasteira: “O batismo de João vinha do céu ou dos homens?”, para, de imediato e cheio de veneno, desafiá-los: “Respondei-Me!” Mc 11,30.
Foi o que bastou para que esses malandros discutissem entre si: “Se respondermos que vinha do céu, Ele vai dizer: Por que não acreditastes em João?” Mc 11,31. Devemos então dizer que vinha dos homens?” Mc 11,32.
Esses pseudo líderes “tinham medo da multidão, porque todos, de fato, tinham João na qualidade de profeta” Mc 11,32.
Foi então que, astutamente, responderam a Jesus: “Não sabemos!” Mc 11,33.
Foi a deixa que o Nazareno esperava para reafirmar a Sua posição:  “Pois Eu também não vos digo com que autoridade faço estas coisas!” Mc 11,33.
Esta vivência aconteceu após a expulsão dos vendilhões do templo.
Por vezes, agimos da mesma maneira como estas pseudo lideranças judias.
O Nazareno ficou tranquilo, pois sabia muito bem o que fizera e conhecia demais essa raça de víboras que O questionava. Agiu como adulto. Provocou nos Seus oponentes um exame de consciência que foi bem mais salutar que um amontado de argumentos que pouco ou nada de bom produziriam. Com isso Ele nos ensina que mais vale provocar uma sadia reflexão que tentar argumentar para insanos que pouco ou nada querem com a verdade.

Pe. Jacob, MSF.

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