06/04/2021 – Por Pe. Jacob, MSF.
Chama a atenção como as Pregações Primitivas provocavam efeitos.
Ao escutarem João Batista, a multidão maravilhava perguntava: “O que devemos fazer?” Lc 3,10. Com as Pregações de Pedrinho, os ouvintes ficavam compungidos no íntimo do coração e indagaram dele e aos demais Apóstolos: “O que devemos fazer, irmãos?” At 2,37.
A resposta de Pedrinho indica um caminho a seguir: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o Dom do Espírito Santo” At 2,38. Nessa resposta está implícito o conteúdo da Pregação petrina, ou seja, o Mistério Pascal e suas consequências.
A Boa Nova que Pedrinho proclamava era esta: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo este Jesus que vós crucificastes” At 2,36.
Interessante, Pedrinho e seus colegas anunciavam nada fácil e agradável de ser escutado. Pelo contrário, repletos do Espírito Santo, eles apontavam para a Misericórdia Divina que, apesar do crime hediondo cometido pelos judeus, garantiu, em Jesus de Nazaré a Redenção dos pecados.
Pedrinho, cheio de convicção e coragem, dizia: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” At 2,40.
A consequência dessas Pregações é que “os que aceitaram as palavras de Pedrinho receberam o Batismo!” At 2,41.
Por que as Pregações atuais, em sua maioria, não atingem as consciências e não provocam conversões?
Será que a Palavra perdeu sua energia provocadora que aponta para uma conversão permanente e gradativa? Ou, quem sabe, devemos procurar noutra fonte esse enfraquecimento?
Acredito que, ao menos para mim, falta a certeza de que a Palavra de Deus é eficaz, ou seja, “tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à Palavra que Minha boca profere, não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter executado a Minha vontade e cumprida a sua missão!” Is 55,10-11.
O conteúdo da Pregação de Pedrinho e dos demais seguidores missionários de Jesus era clara. Era simplesmente o que escutaram da boca do próprio Mestre, ou seja, a Escritura Sagrada.
Em contra partida, o que pregamos nós? É a Boa notícia de um Deus Amor, ou são teorias nossas? Pior que isso se, em vez do Evangelho, compartilhamos ideologias nossas. Causa-me maior espécie ainda, quando em lugar de um Deus Amor, de um Filho que nos remiu, em vez do Espírito Ressuscitante difundimos o que pensamos ser melhor, esquecendo-nos de que Jesus enviou para batizar, curar e libertar, porém, sempre em Seu nome, e jamais em o nosso, baseados em nossas vaidades e preconceitos.
Pe. Jacob, MSF.