A exortação do Mestre de Nazaré: “Quem tem ouvidos ouça!” Mt 13,9, continua muito válida e útil para todos os que querem, de fato, fazer da Palavra de Deus uma orientação segura para a sua caminhada.
Em particular com Seus discípulos, Jesus aprofundou com eles o sentido do que expusera aos demais através da Parábola do Semeador.
Podemos imaginar a ternura com que Se dirigiu a eles: “Ouvi a Parábola do Semeador: Todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não a compreende, vem o maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho” Mt 13,18-19.
Jesus prosseguiu: “A semente que foi semeada em terreno pedregoso é aquele que ouve a Palavra e logo a recebe com alegria, mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: “Quando chega o sofrimento ou a perseguição por causa da Palavra, ele desiste logo” Mt 13,20-21.
O Mestre continuou: “A semente que caiu em meio dos espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a Palavra, e ele não dá fruto” Mt 13,22.
Finalmente, Jesus compartilhou: “A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a Palavra e a compreende” Mt 13,23.
Podemos imaginar a alegria com que Jesus falou aos Seus: “Esse produz fruto. Um cem, outro sessenta e outro trinta” Mt 13,23.
Imaginemos nós, em companhia de Jesus. Tentemos compartilhar com Ele o que nos chega à mente a partir da escuta com o coração desta Palavra.
Que tipo de terreno somos?
Acredito que, em circunstâncias diversas, já fomos todos os terrenos.
Quem de nós não escutou a Palavra sem a compreender? Quem de nós não passou pela experiência de deixar para lá o semeado e aceitar que o maligno lhe roubou o que foi semeado em seu coração?
Com certeza, temos a experiência de quem ouviu a Palavra e a recebeu com alegria. Contudo, por falta de raiz em si mesmo, quando chegou o sofrimento ou a perseguição por causa da Palavra, desistiu logo.
Noutra oportunidade, somos como aqueles que ouviram a Palavra, porém, as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocaram a mesma, e, por isso, ela não deu fruto.
Toda vez que escutamos a Palavra com o coração, acolhemos a mesma com abertura e confiança e nos esforçamos para cultivá-la e fazê-la crescer, somos testemunhas da semente caída em boa terra, e teremos todas as condições para que ela produza seus benéficos frutos. Repito, em circunstâncias distintas, fomos e continuaremos sendo terrenos dos diversos tipos apresentados pelo Mestre. Os resultados que temos mostram isso com tranquilidade.
Pe. Jacob, MSF.