Jesus de Nazaré, mesmo tendo assumido em tudo a condição humana, exceto o pecado, manifestava a Sua divindade dentro do necessário.
Interessante é que Ele, como homem, mantinha Seus momentos de cultivo. Por isso, “foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades” Jo 6,1, certamente, com o intuito de Se encontrar na intimidade com o Pai e o Paráclito.
Todavia, “uma grande multidão O seguia, porque via os sinais que Ele operava a favor dos doentes” Jo 6,2.
Aproveitando a oportunidade, “subiu ao monte e sentou-Se com os Seus discípulos” Jo 6,3. Podemos imaginar o tom de Suas conversas, pois, “estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus” Jo 6,4.
Jesus, em Sua união hipostática, ou seja, num corpo, tendo presentes as duas naturezas, a humana e a divina, jamais Se desligou dessa realidade ímpar.
O Nazareno “levantou os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao Seu encontro, disse a Filipe: Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” Jo 6,5.
O hagiógrafo acentua: “Disse isso para pô-lo à prova, pois Ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer” Jo 6,6.
Filipe era um homem prático. Sem pestanejar, respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um” Jo 6,7.
André, atento ao diálogo dos dois, assim se manifestou: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes”, porém, logo aduziu, “mas o que é isso para tanta gente?” Jo 6,9.
O Mestre sem perder tempo, ordenou: “Fazei sentar as pessoas” Jo 6,10, e elas se assentaram sobre a relva.
A seguir, “Jesus tomou os pães, deu graças, e os distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes” Jo 6,11.
Tentemos imaginar o espanto dos discípulos e a admiração dos comensais. Os cinco mil homens presentes, agora saciados, com gratidão diziam: “Este é verdadeiramente o Profeta que há de vir ao mundo” Jo 6,14.
O Mestre, deixou outra lição, ou seja, evitar o desperdício. Por isso ordenou: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca” Jo 6,12. Com os pedaços dos cinco pães e dos dois peixes foram recolhidos doze cestos.
O intuito do Nazareno era anunciar o Reino dos Céus, e, para isso, costumava mostrá-lo presente através de suas manifestações concretas.
Quando o Mestre percebeu que queriam aclamá-Lo rei, “tornou a retirar-Se sozinho para o monte” Jo 6,15. Este é Jesus. Sempre atento às necessidades de Seu povo, mas jamais desligado da fonte da graça, Deus.
Pe. Jacob, MSF.