A exemplo de Simeão, havia outra pessoa que apreciava estar no templo. Trata-se de “uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser” Lc 2,36.
Lucas diz que ”era de idade muito avançada”, e detalha um pouco mais: “Quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido” Lc 2,36.
Foi ainda durante a sua juventude que “ela ficara viúva e agora, já estava com 84 anos” Lc 2,37.
De acordo com os detalhes que o hagiógrafo apresenta, “Ana não saía do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações” Lc 2,37.
Esta profetisa, bem como Simeão, viera ao templo conduzida pelo Espírito Santo, e, não por acaso, “pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém” Lc 2,38.
Podemos imaginar os sentimentos de Maria e de José. Por mais que tivessem certa iniciação a respeito dos Mistérios Salvíficos, sempre restava espaço para a admiração e o enlevo.
Podemos imaginar como, “depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade” Lc 2,39.
Podemos imaginar com que devotamento eles acompanhavam todos os passos do “Menino que crescia e Se tornava forte, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele” Lc 2,40.
Aos poucos, estamos chegando ao final de mais um ano civil. Algumas horas a mais e estaremos adentrando 2022.
Aproveitemos as mesmas para agradecer todas as manifestações da divindade de Jesus que vivenciamos durante este período de 2021. Sejamos corajosos e peçamos a bênção para aprofundarmos as mesmas no transcorrer do próximo ano.
O que esta vivência, envolvendo a Sagrada Família de Nazaré e a profetisa Ana, tem a nos ensinar?
Independente de qual seja a nossa situação, temos um chamado para sermos frequentadores do templo, a exemplo de Ana. Não me refiro a um templo material, mas, de um modo especial, o do Silêncio Interior de Escuta.
É o templo da nossa intimidade. Aquele que o Nazareno apresenta ao ordenar: “Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo”, e garante: “E teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á!” Mt 6,6. Estamos na Oitava do Natal, ou seja, em plena época de Epifania, onde temos tudo para descobrir Quem é Jesus de Nazaré. Agora, sem o Silêncio Interior de Escuta, isso poderá se transformar numa missão impossível.
Pe. Jacob, MSF.