A fé é indispensável para que o milagre aconteça. Em Sua terra Natal, Nazaré, Jesus não fez muitos milagres, porque os Seus conterrâneos estavam desprovidos desse dom.
Frei Carlos Mesters, com toda a propriedade, compartilha que, “para os indiferentes, não existem milagres.” Frei Elias Vella confirma essa assertiva quando diz: “Atualmente, acontecem menos milagres ou porque os que o pedem não possuem fé, ou porque o intercessor está desprovido da mesma.”
O Evangelho de hoje, Mt 17,14-20, vem confirmar essas constatações.
O hagiógrafo compartilha: “Chegando Jesus e Seus discípulos junto da multidão, um homem aproximou-se Dele, ajoelhou-se e disse: Senhor, tem piedade do meu filho”, e logo foi dizendo porque: “Ele é epilético e sofre ataques tão fortes, que muitas vezes cai no fogo ou na água” Mt 17,14-15.
Podemos imaginar com que decepção ele acrescentou: “Levei-o aos Teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!” Mt 17,16.
O Mestre, veladamente, os recriminou: “Ó gente sem fé e perversa! Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei?” Mt 17,17, para, mais conformado, aduzir: “Trazei aqui o menino” Mt 17,17.
A seguir, “Jesus ameaçou o demônio e este saiu dele” Mt 17,18, e, “na mesma hora o menino ficou curado!” Mt 17,18.
Podemos imaginar como se sentiram os discípulos. Na verdade, a recriminação do Mestre, “ó gente sem fé e perversa!”, tinha muito a ver com eles.
Podemos imaginar como repercutiu neles o desabafo de Jesus: “Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei?”
Eles, numa atitude de muita confiança e munidos de toda a humildade, “aproximaram-se de Jesus e Lhe perguntaram em particular: Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?” Mt 14,19.
O Mestre, sem rodeios, mas francamente, lhes respondeu: “Porque a vossa fé é demasiado pequena!” Mt 17,20.
Jesus, como sempre fazia, aproveitou a oportunidade para apresentar algo muito novo: “Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: Vai daqui para lá e ela irá” Mt 17,20.
Podemos imaginar com que admiração os discípulos escutaram o Mestre afirmar: “E nada vos parecerá impossível” Mt 17,20. Creio que somos um tanto sem fé como os discípulos. Do contrário, estaríamos menos bloqueados pelas nossas montanhas interiores e já as teríamos enviado, em nome de Jesus, para o mar ou para o espaço.
Pe. Jacob, MSF.