Vinte e um séculos medeiam as palavras que o Nazareno proferiu ao ver que “muitos dos Seus discípulos que O escutaram disseram: Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” Jo 6,60.
Até mesmo os Seus discípulos mais íntimos “estavam murmurando por causa disso mesmo” Jo 6,61, e foram questionados pelo Mestre: “Isto vos escandaliza?” Jo 6,61.
Em prosseguimento, Ele os desafia questionando: “E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes?” Jo 6,62. Com isso Ele proclama e reafirma a Sua divindade.
Podemos imaginar com quanta ternura Ele aduziu o que deveria ser para todo seguidor um lema da vida: “O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada!” Jo 6,63, para, tranquilamente, confirmar: “As palavras que vos falei são espírito e vida!” Jo 6,63.
Podemos imaginar com quanta desilusão Ele teve que reconhecer: “Mas entre vós há alguns que não creem!” Jo 6,64.
Ele assim Se expressava porque “sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-Lo” Jo 6,64.
Entender um pouco o Mistério Eucarístico, é confirmação do que o Mestre compartilhou: “É por isso que vos disse: Ninguém pode vir a Mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai” Jo 6,65.
Ainda hoje encontramos os que, como no momento do anúncio da Eucaristia, “voltaram atrás e já não andavam com Ele!” Jo 6,66.
Podemos perceber o sentimento forte e difícil que acompanhava o Mestre ao ponto de Ele desafiar os Doze: “Vós também quereis ir embora?” Jo 6,67.
Foi a oportunidade que Pedrinho aguardava para se manifestar: “A Quem iremos, Senhor?”, para, convicto, proclamar: “Tu tens palavras de Vida Eterna”, e, corajosamente, confessar a sua fé: “Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus!” Jo 6,68-69.
Jesus, como homem Deus e Deus homem, desde toda a eternidade, sabia que isso iria ocorrer. Mesmo assim, permaneceu firma no Seu ensinamento.
Nós, por vezes, seja por falta de convicção ou por covardia mesmo, amaciamos, tanto o discurso quanto as manifestações concretas concernentes a esse Mistério.
Jesus sabia que alguns estavam faltos de fé. Isso diz respeito também a nós, Seus seguidores missionários, no século 21.
Quais são as nossas atitudes e comportamentos, seja na Igreja, casa de Deus, seja no que se refere às manifestações na divindade eucarística.
Até mesmo a genuflexão diante do Sacrário alguns omitem. Pior, sentem estranheza perante quem ainda a faz. Para concluir essa Reflexão Orante deixo essa interrogação: Eu creio mesmo na presença de Jesus na Eucaristia?
Pe. Jacob, MSF.