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Batizar-se

João Batista bem que poderia ter-se aproveitado da ignorância do povo e se deixado passar pelo Messias, pois “o povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias” Lc 3,15.
O Precursor tinha plena consciência de quem ele era e qual a missão que lhe fora confiada. Por isso, singelamente, confessa: “Eu vos batizo com água, mas virá Aquele que é mais forte do que eu”, para, com mais convicção ainda, prosseguir: “Eu não sou digno de desamarrar a correia de Suas sandálias”, e, podemos imaginar com que satisfação, conclui: Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” Lc 3,16.

O fogo ao qual João se referia foi o mesmo que penetrou nos ossos de Jeremias. Ele jurara para si mesmo que jamais pronunciaria o nome de Javé, porém, é dele a assertiva: “Mas em meu seio havia um fogo devorador que se me encerrara nos ossos”, para aduzir: “Esgotei-me em refreá-lo, mas não o consegui” Jr 20,9.
É do mesmo profeta a exortação: “Cantai ao Senhor, glorificai-o. Porque Ele salvou a vida do miserável das mãos do mau” Jr 20,13.

O Nazareno aceitou ser batizado pelo Seu Precursor: “Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo” Lc 3,21.
Diz o hagiógrafo que, “enquanto Jesus rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma visível, como pomba” Lc 3,21-22.
Como o Paráclito, também o Pai Se manifestou, pois, “do céu veio uma voz: Tu és o Meu Filho amado, em Ti ponho o Meu bem querer” Lc 3,22.

Entre as experiências epifânicas, esta do Batismo de Jesus, é a mais global. Além de mostrar um Deus feito Carne, no Unigênito, as outras Duas Pessoas da Família Trinitária também marcaram presença.
O Espírito Santo pairou sobre o Messias em forma de pomba. O Pai revelou todo o Seu amor pelo Filho falando através da nuvem.

Além dessa Epifania Global, a Solenidade do Batismo de Jesus tem muito a nos ensinar sobre o Sacramento Batismal.
Além dele ser a porta para entrar na Comunidade Cristã, ele nos garante que, por Jesus, nos tornamos filhos da Igreja. É o novo nascimento que nos confere a filiação divina. Por ele nos tornamos filhos e filhas do Paizinho Amado.

Podemos aprender dessa Solenidade que o batizar-se ultrapassa em muito um mero ritual. É o início da vida do Espírito Santo, que deve perdurar pela vida afora.
A voz do Pai repete-se em cada batizado. Pois, com o Batismo, nos tornamos filhos bem amados do Paizinho. Recebemos a Vida Nova do Paráclito que nos ajuda a chegarmos à Vida Eterna.

Pe. Jacob, MSF.

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