Jesus de Nazaré, como nenhum outro, sabia transformar as diversas circunstâncias em excelentes oportunidades para conseguir Seus objetivos, ou seja, para mostrar a forte presença atuante do Reino de Deus.
Se aceitamos que esse Reino consiste em gerar e cultivar a vida em sua plenitude, se acolhemos a assertiva de que os milagres do Nazareno eram amostra grátis do Reino, melhor entenderemos a assertiva de que Ele revelava esse Reino em Processo nas Suas diversas Intervenções Prodigiosas.
Certa feita, “quando se apresentou um chefe de sinagoga que se prostrou diante Dele suplicando: Senhor, minha filha acaba de morrer, mas vem, impõem-Lhe as mãos e ela viverá!” Mt 9,18, Ele, movido de compaixão, “levantou-Se e o foi seguindo com Seus discípulos” Mt 9,19.
Temos aí a circunstância de um pai aflito, porém, confiante e repleto de fé. O Nazareno aproveita essa realidade para proclamar a grandeza de Deus, pois, sabia o que Ele processaria, logo a seguir.
Ao caminhar com os Seus discípulos e o povo, “uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se Dele por trás e tocou-Lhe a orla do manto” Mt 9,20. Ela o fez porque “dizia consigo: Se eu tocar somente na Sua vestimenta, serei curada!” Mt 9,21.
Tendo ela feito isso, “Jesus virou-Se, viu-a e lhe disse: Tem confiança, Minha filha, tua fé te salvou! E a mulher ficou curada instantaneamente!” Mt 9,22.
Diversas foram as circunstâncias nesta segunda vivência. Uma mulher desesperada, mas esperançosa e convicta: “Se eu tocar somente na Sua vestimenta, serei curada!” O Mestre, em vez de ser compassivo e indulgente, poderia ter exigido o cumprimento da Lei e ignorado e, pior que isso, afastado a mulher.
Em vez disso, acolheu-a e permitiu que Dele saísse uma força curadora que restabeleceu a saúde dessa criaturinha, por doze anos atormentada pelo fluxo sanguíneo, que a tornava impura e discriminada.
Jesus foi além. Restaurou a mulher em sua dignidade e legitimou sua atitude e seu comportamento: “Tem confiança, Minha filha, tua fé te salvou! E a mulher ficou curada instantaneamente!”
Ao chegarem à casa do chefe da sinagoga, Jesus livre e solto, com o intuito de apenas revelar o Sonho do Paizinho Amado, falou à multidão alvoroçada: “Retirai-vos porque a menina não está morta, ela dorme!” Mt 9,24. O fato fez com que zoassem Dele.
A seguir, dispersada a multidão, “Ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se” Mt 9,25. As circunstâncias presentes: Um pai ansioso e aflito pela restauração da vida da filha, uma multidão entregue aos ritos fúnebres e um Mestre ciente de Sua missão de Mediador, fez com que novas oportunidades surgissem para confirmar a eficácia do Reino dos Céus.
Pe. Jacob, MSF.
