Jesus de Nazaré sempre primou, tanto pela coerência quanto pela autenticidade. Por isso, com toda autoridade pode alertar: “Cuidado com os falsos profetas!” Sua característica é “virem vestidos com peles de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes!” Mt 7,15.
O Nazareno, em Sua tradicional singeleza e concisão, apresenta uma característica que nos deveria convidar a um sério discernimento: “Vós os conhecereis pelos seus frutos!” Mt 7,16.
Para melhor elucidar a Sua mensagem, prossegue: “Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas?” Mt 7,16, para, logicamente, deduzir: “Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má produz frutos maus!” Mt 7,17.
A recíproca é verdadeira: “Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir bons frutos!” Mt 7,18.
Para tirar toda e qualquer dúvida, compartilha: “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada ao fogo!” Mt 7,19.
Podemos imaginar com quanta seriedade o Mestre retoma a ideia chave: “Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis!” Mt 7,20.
Esta perícopa faz parte do aprofundamento das Bem Aventuranças. É preciso que nos deixemos conduzir pelo Espírito Santo para chegarmos a algumas conclusões que nos auxiliem a distinguir os verdadeiros dos falsos profetas.
Contudo, mais importante que esse olhar lançado aos demais, é o exame de consciência que somos chamados a fazer acerca das nossas atitudes e dos nossos comportamentos.
Somos verdadeiros ou falsos profetas? Quais são os frutos que podemos apresentar para melhor percebermos nossa realidade?
Comecemos avaliando a nossa coerência. Temos convicções que respaldam nossas atitudes? Quais são os comportamentos surgidos das mesmas?
Infelizmente, quem não possui convicções próprias, necessita basear-se nas emprestadas dos demais. Paulinho acentua a importância das convicções quando compartilha: “Tudo o que não procede da convicção, é pecado” Rm 14,23.
Pior é, que convicção não se compra em farmácia e nem é adquirida em rodinhas onde só se partilham abobrinhas.
Uma convicção pode ser fruto de muita reflexão e, sobretudo, de muita prece. O Silêncio Interior de Escuta pode ser uma boa escola para adquirir e consolidar convicções.
A prática vai dizer da bondade ou não de uma convicção. Esta está longe de ser uma ideia fixa e intransigente.
A pessoa convicta sabe do quanto custou para chegar a isso. Só ela tem consciência das vezes que teve que ceder e escutar terceiros para discernir se ela é convicta ou teimosa. A paz interior e a tranquilidade podem ajudar a ver e distinguir se os nossos frutos são bons ou menos bons!
Pe. Jacob, MSF.