Por Pe. Jacob, MSF.
Celebramos hoje a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Esta comemoração vai muito além de apenas lembrar o Coração Físico do Nazareno.
Biblicamente falando, Coração pode designar toda a história, todo o vivido de alguém. Sob este enfoque, esta Solenidade nos remete ao experimentado do Nazareno, a tudo o que diz respeito a Ele, seja como o Unigênito do Pai, ou Aquele que nos revelou o Paizinho Amado, e com Ele, enviou o Espírito Santo.
Segundo José Maria Castillo, Jesus de Nazaré é a manifestação global do Paizinho Amado e do Paráclito. Consoante ele, tudo o que se pode conhecer das outras duas Pessoas da Trindade Santa, está presente em Jesus Cristo. Isso levou o autor a dizer “Deus é Jesus!”
Oseias oferece uma imagem desse Jesus Revelador de Deus: “Quando Israel era criança, Eu já o amava, e desde o Egito chamei Meu Filho” Os 11,1, mais que isso: “Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em Meus braços, mas eles não reconheceram que Eu cuidava deles!” Os 11,3.
Em Jesus de Nazaré aparece muito nítida esta imagem do Abá: “Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor”, muito mais: “Era para eles como Quem leva uma criança ao colo e rebaixava-Me a dar-lhes de comer!” Os 11,4.
Ninguém melhor que o Nazareno para mostrar: “Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão!” Os 11,8.
O Nazareno revela de Seu Pai estas e muitas outras características maternas e paternas. Ele mostrou para nós a face amorável do Abá, ou seja, do Paizinho Amado. Por isso, Paulinho compartilha: “Em Cristo, nós temos pela fé Nele, a liberdade de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança!” Ef 3,12.
Paulinho suplica, pela Sua Unicidade de Cristo com o Paráclito: “Que Ele vos conceda, segundo a riqueza de Sua glória, serdes robustecidos, por Seu Espírito, quanto ao homem interior” Ef 3,16.
Deus é Amor e o Coração de Jesus mostrou esse Amor em todas as suas nuances. Por isso, Paulinho pede: “Que Ele faça habitar, pela fé, Cristo em vossos corações e que estejais enraizados e fundados no amor” Ef 3,17.
Pregado na Cruz, o Nazareno tem o Seu coração físico trespassado pela lança a fim de que a Sua infinita ternura pela humanidade fosse coroada com o derramamento da última gota do Seu preciosíssimo Sangue, misturado com um pouquinho de água: “Um soldado abriu-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu Sangue e Água” Jo 19,34.
Estes são os símbolos da introdução nossa na Comunidade Eclesial pelo Batismo, a Água. Somente ingressar na Igreja, pouco resolve. Por isso a Eucaristia, o Sangue, a nos garantir um crescimento e uma realização globais. Que o Coração de Jesus, revelando todo o Ser do Pai e do Paráclito, seja para nós um modelo de vida e de doação a fim de que o nosso coração bíblico, o nosso experimentado, seja um Sacramento do Vivido por Jesus de Nazaré.
Pe. Jacob, MSF.