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Desafio Consciente

Eram constantes e notórias as desavenças do Nazareno com os mestres da Lei e os fariseus.

O Evangelho e hoje, Lc 6,6-11, apresenta mais um destes embates. Diz o hagiógrafo que “num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar” Lc 6,6. O detalhe é que “ali havia um homem cuja mão direita era seca” Lc 6,6.

Ali estavam também “os mestres da Lei e os fariseus”, não para gratuitamente escutarem o Mestre, mas “para observarem se Jesus iria curá-lo em dia de sábado e assim encontrarem motivo para acusá-Lo” Lc 6,7.

Jesus que sabia dos seus pensamentos, desafiou Seus adversários dizendo ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio. Ele se levantou e ficou de pé” Lc 6,8.

Feito isso, o Mestre prossegue desafiando: “Eu vos pergunto, o que é permitido fazer no sábado: O bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” Lc 6,9.

O Nazareno gostou da brincadeira: “Olhou para todos os que estavam ao Seu redor e disse ao homem: Estende a tua mão! O homem assim o fez e sua mão ficou curada!” Lc 6,10.

Os fariseus e os mestres da Lei sentiram o cutuque, pois: “Ficaram com muita raiva e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus” Lc 6,11.

Dessa vivência podemos extrair algumas belas e significativas lições.

Considerando que o nosso cérebro possui dois hemisférios, ou seja, o da esquerda que recebe as informações e o da direita que organiza as mesmas, ou, noutras palavras, o hemisfério da esquerda recebe e o da esquerda determina o destino.

Creio que pensando nisso é que Lucas acentua que a mão seca era a direita, ou seja, aquela que deveria distribuir generosamente tudo o que, antes, foi adquirido.

Essa vivência aponta também para a gratuidade. Na verdade, tudo o que o Espírito Santo nos confia para administrar continua sendo Dele. A nós, os favorecidos, compete apenas administrar da melhor maneira possível.

Outro detalhe, a meu ver, muito significativo, é Lucas dizer que, primeiro, fez com que o doente ficasse no meio do grupo. É que Ele desejava que ficasse marcado o desafio: “Eu vos pergunto, o que é permitido fazer no sábado: O bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?”

Por vezes, nos omitimos no fazer o bem porque a nossa “mão direita”, ou seja, nossa capacidade para compartilhar está seca.

A dureza do nosso coração faz com que nos tornemos insensíveis às necessidades dos demais. Jesus começa a cura ordenando: “Estende a tua mão”, e, somente, depois de o enfermo fazê-lo, é que “a sua mão ficou curada!” O Mestre ensina que é no desprendimento, e na doação, aqui representada no estender a mão, que poderemos passar da insensibilidade do pão durismo para a abertura e a generosidade da partilha.

Pe. Jacob, MSF.

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