Na cura do paralítico o Nazareno ressalta a Sua divindade. Relata o hagiógrafo: “Jesus tomou de novo a barca e veio para a Sua cidade” Mt 9,1, no caso, Cafarnaum, onde Ele morava.
Prossegue Mateus: “Eis que Lhe apresentaram um paralítico, estendido numa padiola” Mt 9,2.
O Mestre, “vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados!” Mt 9,2.
Alguns escribas, ali presentes, “murmuraram entre si: Este homem blasfema!” Mt 9,3. Marcos apresenta a razão para eles fazerem isso: “Quem pode perdoar pecados senão Deus?” Mc 2,7.
Dando mais uma prova da Sua divindade, “Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: Por que pensais mal em vossos corações?” Mt 9,4, para prosseguir questionando: “O que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: “Levanta-te e anda” Mt 9,5.
Podemos imaginar a cara de paisagem que os escribas fizeram, ao escutarem da parte do Mestre: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, disse Ele ao paralítico: Levanta-te, toma a tua maca e volta para tua casa!” Mt 9,7.
O fato provocou muito medo entre os circunstantes, mas mesmo assim, “glorificavam a Deus por ter dado tal poder aos homens!” Mt 9,8.
A grande dificuldade para os judeus continua sendo acolher o Nazareno, o filho do carpinteiro José, que eles ignoravam ser apenas adotivo, como o Filho de Deus, e, por conseguinte, verdadeiro Deus como e com o Pai e o Espírito Santo.
Nem todos chegam ao conhecimento deste Mistério. Essa graça é concedida somente aos que, como Pedrinho, acolhem o dito do Mestre: “Não foi a carne nem o sangue que te revelou isso, mas Meu Pai que está nos céus!” Mt 16,17.
Os escribas ignoravam essa filiação de Jesus em relação a Javé. Daí a sua dureza de coração que os impedia de aceitarem que um Deus pudesse estar em seu meio e dialogar com eles.
Essa dificuldade era acentuada porque Jesus era corajoso e apresentava o Seu ser igual a Deus não como um privilégio, porém, como uma oportunidade para servir e dar a Sua vida em favor de muitos.
Como essa vivência nos atinge? O que podemos aprender da mesma?
Aceitamos agradecidos a apresentação da divindade de Jesus ou preferimos ficar questionando a mesma, ou tentando apresentá-la de tal forma que se torna difícil para os ouvintes optarem pela sua acolhida. Jesus, explicitamente, provoca a reação dos escribas e, ainda por cima, comprova que é o Filho de Deus e age em nome Dele. É do beneplácito do Abá que todos os Seus filhos tenham a vida em sua plenitude. Daí a ordem: “Levanta-te, toma a tua maca e volta para tua casa!”.
Pe. Jacob, MSF.