O Evangelho de hoje, Mt 8,18,22, retoma parcialmente o de ontem, Lc 9,51-62.
Assim sendo, podemos aprofundar o mesmo, mas sob outro enfoque.
Podemos imaginar o conteúdo e a convicção com que o Nazareno apresentava a Proposta do Reino, pois, “um mestre da Lei aproximou-se e disse: Mestre, eu Te seguirei para onde quer que tu vás!” Mt 8,19.
Novamente, Jesus, acentuou: “As raposas tem tocas e as aves dos céus tem seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça!” Mt 8,20.
Esta manifestação do Mestre fez com que “um outro dos discípulos dissesse a Jesus: Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”, ao que Jesus lhe respondeu: “Segue-Me e deixa que os mortos sepultem seus mortos!” Mt 8,21-22.
Tentemos atualizar essa mensagem.
Na verdade, tudo o que somos e possuímos é doação de Deus. Desde todo o sempre, somos um pensamento de Deus que, em determinado tempo e espaço, se transformou numa palavra Dele.
Para Deus inexistem o tempo e o espaço. Ele é desde toda a eternidade e para toda a eternidade. Ele é o eterno presente.
Sendo Ele Amor, expandiu-Se nas Suas criaturas, e, de um modo muito especial, na Sua predileta, o homem e a mulher.
Paulinho já questionava: “O que tens tu que não recebeste, e, se o recebeste, por que te glorias como se não o houveras recebido?” 1 Cor 4,7. Noutras palavras, somos dom e graça divinos.
O mestre da Lei, entusiasmado e repleto de boa vontade, estava disposto: “Mestre, eu Te seguirei para onde quer que tu vás!”
O que ele ignorava é que esse desejo acarretava uma série de exigências. Uma delas era o desprendimento dos bens materiais e um completo abandono à Providência Divina que Jesus assim manifestou: “As raposas tem tocas e as aves dos céus tem seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça!”
Acontece que o Mestre cultivava uma franca clareza.
O outro que desejava segui-Lo precisava purificar a sua decisão que ainda estava condicionada: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai!”
Para um autêntico seguidor mister se faz ter clareza das tarefas. O sepultamento do pai bem que podia ser feito por quem ainda estava distante do Projeto do Reino, ou seja, os que o Mestre considerava mortos para este Projeto: “Deixe que os mortos sepultem seus mortos!”
O discípulo precisa, antes de tudo, viver o seguimento em sua radicalidade: “Segue-Me!” Jesus Amado, ajuda-nos a perceber que somos um Dom para nós e para os demais, e que, para isso, necessitamos viver uma entrega confiante aos Teus projetos. Pe. Jacob, MSF.