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Gratuidade do Chamado

Em poucas circunstâncias conseguimos encontrar a característica da gratuidade como no chamado vocacional.

Marcos deixa isso muito claro: “Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis!” Mc 3,1. O único critério de Jesus para a escolha dos Seus primeiros seguidores foi a gratuidade “chamou os que Ele quis!”

Certa feita, “vendo Ele uma grande multidão ao Seu redor, mandou passar para a outra margem do lago” Mt 8,18.

Com certeza, se tivermos a graça de irmos para o Silêncio Interior de Escuta, ouviremos a mesma exortação.

O que representa para nós, seguidores do Nazareno essa ordem? É um apelo para que nos desinstalemos das nossas margens, por vezes, estreitas e mesquinhas demais. É um apelo para que nos convertamos sempre procurando novos horizontes existenciais.

Entre os ouvintes de Jesus se encontrava um mestre da Lei que Lhe falou: “Mestre, eu Te seguirei para onde quer que Tu vás!” Mt 8,19.

Certamente, foi com surpresa que, da parte do Nazareno, escutou: “As raposas tem suas tocas e as aves dos céus tem seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça!” Mt 8,20.

Foi a vez de um dos Seus discípulos se manifestar: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”, e, com não menor surpresa, teve que ouvir: Segue-Me! Deixa que os mortos sepultem os seus mortos!” Mt 18,22.

Além da gratuidade da escolha por parte de Jesus, Seu discipulado exige renúncia radical aos bens terrenos. A pobreza, aqui, na Dimensão Física, se faz necessária para um seguimento global: “As aves dos céus tem seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça!”

A boa vontade e a decisão do mestre da Lei eram insuficientes para embasar um seguimento radical.

O outro candidato já era discípulo de Jesus, que com certeza, o conhecia na sua intimidade. Sabia do que ele era capaz por causa do Reino. Por isso é que o desafia: ‘Segue-Me!”, e, sem medo das consequências, prossegue: “Deixa que os mortos sepultem os seus mortos!”

Uma pergunta se impõe: A que tipo de mortos Jesus se referia?

É evidente que o olhar de Jesus estava no Reino de Deus. Os vivos, neste contexto, são os que, a exemplo desse discípulo, já renasceram para o Reino. A estes o Mestre incumbe com a missão de segui-Lo, e assim, se tornar sempre mais testemunha Dele.

O passar para a outra margem recebe conotações distintas. Depende do estado da pessoa. O primeiro candidato parecia estar ainda muito bloqueado pelo apego aos seus bens, ao passo que o segundo, pagava o preço pelas amarras familiares. Ambos foram desafiados a passarem para outro horizonte. O que Jesus diz para mim nesta mensagem? Qual a margem que Ele me ordena abandonar? Qual a que me manda buscar?

Pe. Jacob, MSF.

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