Por Pe. Jacob, MSF.
Dom Marcos Antônio Noronha, em sua sábia intuição, compartilhou: “Só serve de sinal quem caminha!”, ou seja, aquele que se desinstala abandonando a sua zona de conforto para encarar novos horizontes.
Esse mesmo autor nos recomenda que escutemos a Escritura sob esse enfoque e nos desafia a descobrirmos novas lições a serem aprendidas e transformadas em vivência.
Comprovando que ninguém melhor que o Nazareno vivia essa desinstalação permanente, Marcos apresenta: “Jesus saiu de Jericó junto com Seus discípulos e uma grande multidão” Mc 10,46.
Com toda a singeleza prossegue: “O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho!” Mc 10,46.
Ele era cego, porém, não surdo nem mudo: “Quando ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” Mc 10,47.
É fácil imaginar a cena. Um cego, mendigo estava sentado à beira do caminho! Estava totalmente fora de circulação. Passava despercebido até que ele, escutou um ruído estranho e perguntou o que ocorria. Ao ser informado que era Jesus que passava, o cego começou a gritar.
Isso incomodou os demais que o advertiram e repreenderam e mandaram que se calasse. Ele, porém, gritava ainda mais forte: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Mc 10,48.
Foi Jesus o único que teve compaixão dele e, parando, ordenou que o chamassem. Isso fez com que os demais dissessem ao cego: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” Mc 10,49.
Sem mais nada, “o cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus!” Mc 10,50.
O Nazareno, repleto de misericórdia, lhe perguntou: “O que queres que Eu te faça?”, ao que o cego, cheio de esperança, respondeu: “Mestre, que eu veja!” Mc 10,51.
Podemos imaginar a cena. Uma multidão atônita acompanhando o Nazareno a quebrar paradigmas: Ele parou e mandou que o cego fosse trazido. Dialoga com ele. Podemos imaginar a esperança que animava este cego. Com que emoção, revelou o óbvio: “Mestre, que eu veja!”
Podemos imaginar a expectativa da multidão e a alegria com que o cego escutou da parte do Mestre: “Vai, a tua fé te curou!” Mc 10,52.
Maravilhada, a multidão acompanhou o ex cego que, agora vendo, seguiu Jesus pelo caminho!
Jesus Amado, às vezes, somos cegos, mendigos, sentados à beira do caminho, ou seja, distantes do Sonho de Deus que é vida e vida plena para todos!
Nem sempre, conseguimos buscar ajuda.
Noutras, como o cego, temos a coragem de jogar para o alto nossas capas, ou seja, nossas atitudes e comportamentos negativos e aprisionantes e, felizmente, como o cego, reagimos, e, apesar das dificuldades, chegamos até Jesus.
Noutras, escutamos Jesus nos perguntando o que queremos e, ao respondermos, sinceramente, vemos nossas súplicas atendidas. Como o cego, devemos saltar e louvar, mas, sobretudo, seguir-Te, Jesus Amado.
Pe. Jacob, MSF.
