Por Pe. Jacob, MSF.
É notório que Jesus Crucificado, vendo Sua mãe, de pé junto à Cruz, e enxergando a seu lado o discípulo que Ele amava, de imediato, disse à Maria: “Mulher, eis aí teu filho! E depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe!”, e o mais significativo foi que “Joãozinho levou-a para sua casa!” Jo 19,26-27.
É notório que, naquela cena, Joãozinho representava cada discípulo que, um dia, se disporia a acolher essa maternidade. É notório que o discípulo que Jesus amava não fez dessa bênção uma posse exclusiva sua. É notório que, tanto o discípulo quanto Maria, com os demais estiveram reunidos aguardando o Envio e a Vinda do Paráclito.
Com certeza, no dia maravilhoso da grande manifestação do Espírito Santo, Maria estava, silenciosamente, animando Pedrinho e os demais para que proclamassem seu Filho como Aquele que fora injustamente assassinado para restaurar a humanidade decaída pelo pecado.
Podemos imaginar a alegria da mãe ao escutar de Pedrinho que seu Filho ressuscitara dos mortos e, agora, pela mediação do Espírito Santo, pretendia levar as graças da Redenção a toda a humanidade de boa vontade.
Certamente, como Maria, aos pés da Cruz, se tornara a mãe de todo discípulo, então representado por Joãozinho, no Pentecostes, ela assumiu a sua maternidade em relativa a toda a Igreja que ali nascia. Como fora fecundada pelo Espírito Santo para gerar o Unigênito do Paizinho Amado, em Nazaré, agora, no Pentecostes, ela estava sendo fecundada pelo mesmo Paráclito para gestar a Igreja do seu Filho em sua globalidade.
Como, em Nazaré concebera a Cabeça desse Corpo Eclesial, no Pentecostes concebeu os membros da mesma Igreja.
Maria estava presente e animava a Comunidade Primitiva. Da mesma forma, a partir do Pentecostes, ela exerce o mesmo papel em referência a toda a Comunidade Eclesial.
A missão maternal de Maria não ficou concluída com a sua Dormição e posterior Assunção ao Céu.
Tenho para mim que, após a Coroação de Maria como Rainha do Céu e da Terra que, através dos tempos, ficou viva e celebrada no quinto mistério glorioso do Santo Rosário, a mãe se apresentou ao Filho e Lhe falou: Meu Filho, olhando para os Teus irmãos, os meus filhos que estão ainda perfazendo sua peregrinação terrena, percebo que, como em Caná, nas Bodas, eles estão sem vinho.
Falta-lhes relacionamento. Sentem a ausência de ternura e amor. Estão carentes de fraternidade e comprometimento. Afinal são tantas as suas carências que Te suplico: Permite que eu continue exercendo junto a eles minha maternidade.
Imagino que o Filho sorriu para a mãe e lhe falou: Mãezinha, um desejo seu é para mim uma ordem. Faça como seu coração materno deseja!
As Aparições Marianas, sempre em situações delicadas e sofridas da Igreja, comprovam isso. É a Mãe da Igreja visitando seus filhos animando os mesmos a fim de que o Projeto Salvífico do Filho se aproxime sempre mais de seu objetivo.
Pe. Jacob, MSF.