O Natal de Jesus é uma fase da Epifania. Em Belém, os pastores e demais visitantes viram o Menino envolto em panos e deitado na manjedoura. Os Anjos lhes haviam anunciado o Messias, porém, externamente só conseguiram ver o Menino.
Os Magos, através de seus presentes, ouro, incenso e mirra, simbolicamente, proclamaram que o Menino era humano, sujeito ao padecimento, representado pela mirra. Era soberano. Por isso Lhe ofertaram ouro. Era também Deus. Daí terem-lhe ofertado incenso.
A divindade do Menino foi revelada aos poucos. Simeão proclama a mesma, bem como a profetisa Ana. Aos doze anos, é Ele mesmo que se revela como Quem Se preocupa com as coisas do Pai.
Os convivas das Bodas, em Caná, presenciaram o Seu primeiro Sinal. Ao transformar água em vinho, Ele mesmo Se apresentou como Quem consegue dominar e neutralizar as leis naturais.
A vida pública do Nazareno está repleta desses Sinais Epifânicos.
Marcos compartilha: “Depois de saciar os cinco mil homens, Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão” Mc 6,45.
A seguir, “subiu ao monte para rezar” Mc 6,46. Ainda em contemplação, percebeu que “a barca estava no meio do mar, e viu os discípulos cansados de remar, porque o vento era contrário” Mc 6,46.48.
Solidário com os Seus, “pelas três da madrugada, Jesus foi até eles, andando sobre as águas, e queria passar na frente deles” Mc 6,48.
Os discípulos, ao vê-Lo caminhando sobre as águas, pensando que era um fantasma, começaram a gritar. Estavam muito assustados.
Foi então que o Mestre lhes falou: “Coragem, sou Eu! Não tenhais medo!! Mc 6,50.
Ao subir com eles na barca, “o vento cessou”, porém, “os discípulos ficaram ainda mais espantados, porque não tinham compreendido nada a respeito dos pães”, porque “o coração deles estava endurecido” Mc 6,51-52.
Podemos imaginar como estavam os discípulos. Ainda estavam tentando assimilar a multiplicação dos pães e dos peixes. Afinal, quem era esse Homem? Ele os seduzira ao ponto de terem abandonado tudo para O seguirem.
Devemos acreditar em sua boa vontade, porém, “o coração deles estava endurecido.” Trata-se aqui do coração bíblico, ou seja, a sua experiência. Estavam vivendo novidades demais, nem sempre fáceis de serem inseridas em seu experimentado. Estavam testemunhando ao vivo o Natal Epifânico de Jesus. Aos poucos lhes ia sendo apresentada toda a realidade do Messias.
Pe. Jacob, MSF.