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O Mar Agitado

Imagem da mão de uma pessoa saindo da água e segurando uma cruz

A Palavra de Deus, segundo sábia colocação de Frei Inácio Larrañaga, foi escrita pelo Espírito Santo mais para ser escutada que para ser lida. Esta assertiva está presente no que diz Joãozinho: “Feliz o leitor e os ouvintes se observarem as coisas nela escritas, porque o tempo está próximo” Ap 1,3.

Faríamos muito bem se, neste Isolamento Social que a Pandemia nos apresenta, fôssemos para o Silêncio Interior de Escuta e tentássemos escutar o Paráclito nos falando através do que Ele escreveu. Como seria bom se, de fato, desta Escuta com o Coração, surgisse uma súplica pelos atingidos e pelos atingíveis pela Pandemia.

Faríamos muito bem se, neste tempo pandêmico, nos pudéssemos encontrar conosco mesmos, com os irmãos e com o próprio Deus.

A Pandemia pode muito bem ser comparada com a tempestade do lago que ameaçou a vida dos discípulos, bem como a do Nazareno.

Segundo a narrativa de Mateus “Jesus entrou na barca e Seus discípulos o acompanharam” Mt 8,23. Marcos, ao inverso, fala que “os discípulos despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca” Mc 4,36.

O importante é que o Mestre e os discípulos estavam dentro da mesma barca. O que deveria nos preocupar é a presença atuante de Jesus nos barcos da nossa vida, da nossa caminhada.

A Pandemia pode lembrar “essa tempestade no mar, durante a qual, a barca estava sendo coberta pelas ondas” Mt 8,24.

Chama a nossa atenção o fato de que “Jesus dormia” Mt 8,24.

Diante do perigo, “os discípulos aproximaram-se e O acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” Mt 8,25.

A reação do Nazareno deve ter espantado os Seus: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Mt 8,26.

Jesus dormia tranquilamente. Seu sono era embalado pelas mesmas ondas gigantescas que apavoravam os discípulos.

Enquanto o Mestre estava repousando, abandonado confiantemente nas mãos do Paizinho Amado e do Espírito Santo, os Seus, mais confiantes em suas próprias potencialidades, estavam sendo vítimas do pavor.   

Ao ser invocado, o Mestre “ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria” Mt 8,26.

Com isso, “os homens ficaram admirados e diziam: Quem é este homem, que até os ventos e o mar Lhe obedecem?” Mt 8,27.

Faríamos muito bem se, em meio à Pandemia, superássemos o medo e procurássemos refúgio em Jesus da Nazaré. Deus pode estar silencioso, mas está muito conosco nesta tempestade pandêmica.

Pe. Jacob, MSF.

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