Jesus de Nazaré, veio à cidade “onde Se tinha criado” Lc 4,16. Como era sábado, “conforme Seu costume, entrou na sinagoga e levantou-Se para fazer a leitura” Lc 4,16.
Deram-Lhe o Livro de Isaías do qual proclamou: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele Me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-Me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista. Para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” Lc 4,18-19.
Depois da leitura, com toda a delicadeza, fechou o Livro e, educadamente, “entregou-o ao ajudante e sentou-Se” Lc 4,20. Como era de se esperar da parte dos Seus conterrâneos, “todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fitos Nele” Lc 4,20.
Provavelmente, não esperavam que seu concidadão Se saísse com esta: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” Lc 4,21.
Mesmo em meio ao espanto, “todos davam testemunho a Seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam de Sua boca”, e diziam: “Não é Este o filho de José?” Lc 4,22.
Jesus, um tanto desiludido, compartilhou: “Sem dúvida, vós Me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo!” e percebendo as motivações que ali os trouxeram, aduziu: “Faze também aqui, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”, e, com um tanto de mágoa, concluiu: “Eu vos digo, que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” Lc 4,23-24.
A seguir para comprovar o que dizia, apresentou os exemplos de Elias que, mesmo havendo muitas viúvas em Israel, foi enviado à de Sarepta. Também, mesmo havendo muitos leprosos no tempo de Eliseu, nenhum foi curado a não ser o sírio, Naamã.
Ao escutarem isso, os circunstantes ficaram exaltados e “se levantaram e O expulsaram da cidade” Lc 4,29.
Fizeram mais, “Levaram-No até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-Lo no precipício” Lc 4.29.
Jesus sabia o porquê da Sua vinda e conhecia muito bem o momento de Sua retirada, por isso, “passando pelo meio deles, continuou o Seu caminho” Lc 4,30.
Apesar de toda a curiosidade dos concidadãos de Jesus, mesmo contando com a sua aguçada curiosidade a Seu respeito, Ele deve ter decepcionado a todos, pois, em vez de sair operando milagres e prodígios, Ele fez o básico de todo profeta, ou seja, leu e explicou a Escritura.
Certamente, essa decepção ajudou a provocar a ira dos presentes.
Se, ao menos, tivessem entendido e bem interpretado a mensagem, teriam reagido distintamente.
Como agimos nós? Ficamos fiéis à nossa missão, ou tentamos manipular a situação. Pregamos o Reino, a exemplo do Nazareno? Sabemos enfrentar uma possível rejeição, ou nos adaptamos ao plano do mundo e ao que ele quer que compartilhemos? Por saber o que pretendia e por ser obediente ao Pai, o Mestre, “passando pelo meio deles, continuou o Seu caminho.”
Pe. Jacob, MSF.