A Solenidade destes dois Baluartes da Igreja, não só Primitiva, mas através de todos os tempos, mostra como o Espírito Santo, de fato, desempenha o papel que Jesus e o Paizinho Amado, Lhe confiaram.
A exemplo desses dois Esteios da Comunidade Eclesial, também nós estamos sendo convocados a assumirmos o nosso papel na construção das nossas Comunidades Eclesiais.
A nós compete agradecer porque Pedrinho foi “o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja sob a herança de Israel”, enquanto a Paulinho, “Mestre e Doutor das Nações”, coube a missão de “anunciar-lhes o Evangelho da Salvação”, como nos assegura o Prefácio de hoje.
Prossegue o Prefácio: “Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração!”
Sempre me chamou a atenção a tranquilidade com que os dois aguardavam a passagem desta para a Vida Eterna.
Pedrinho, mesmo ciente de tudo o que o aguardava para o dia seguinte, tranquilamente, “dormia entre dois soldados, preso com duas correntes, e os guardas vigiavam as portas da prisão!” At 12,6.
Paulinho, com a mesma tranquilidade, compartilhou com seu discípulo Timóteo: “Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima” 2 Tm 4,6. Provavelmente, essa paz interior o acompanhava porque sua consciência confirmava o que a sua convicção lhe assegurava: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé!” 2 Tm 4,7.
A intimidade que ele mantinha com a morte ao ponto de comparar a mesma com a libertação, nascia da sua certeza de que: “Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, Justo Juiz, me dará naquele dia!” 2 Tm 4,8, bem como a convicção de que “o Senhor me salvará de todo o mal e me preservará para o Seu reino Celestial!” 2 Tm 4,18.
Enquanto Pedrinho curtia a prisão, “a Igreja orava sem cessar por ele a Deus” At 12,5. A consequência foi o que Pedrinho constatou: “Agora, vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o Seu Anjo e me libertou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus” At 12,11.
Pedrinho e Paulinho comprovaram a fé que fez com que o Primeiro proclamasse: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” Mt 16,16.
Como Pedrinho, também Paulinho experimentou que essa profissão de fé explícita na divindade do Mestre era fruto da graça divina: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue quem te revelou isso, mas Meu Pai que está nos céus!” Mt 16,17. A partir de então, a promessa: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mt 16,18, começou seu cumprimento. A Pedrinho Jesus garantiu: “Tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus!” Mt 16,19.
Pe. Jacob, MSF.