Enquanto o Mestre, reunido com os Seus discípulos, na Galileia, lhes dizia: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens”, mais ainda, “Eles O matarão, mas no terceiro dia Ele ressuscitará!” Mt 17,23, enquanto a tristeza se apossava dos Seus mais íntimos, “chegaram a Cafarnaum os cobradores do imposto do templo, aproximaram-se de Pedro e perguntaram: O vosso Mestre não paga o imposto do templo?” Mt 17,24, Pedrinho respondeu: “Sim, paga!” Mt 17,25.
Jesus comprovando Sua cumplicidade com os Seus, “adiantou-Se e perguntou: Simão, o que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem, dos filhos ou dos estranhos?” Mt 17,25.
Pedrinho respondeu: “Dos estranhos!”, ao que Jesus deduziu: “Logo, os filhos são livres” Mt 17,26.
Aquele mesmo que ensinou dar dois mil passos com quem exigia mil, viveu esse ensinamento ao aduzir: “Para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que tu pescares. Ali tu encontrarás uma moeda. Pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por Mim e por ti” Mt 17,27.
Podemos imaginar a alegria de Pedrinho que, voltando ao mar para exercer a sua antiga profissão deve ter exultado. Além de descansar, ele tinha um propósito para esse seu repouso.
Com que ansiedade ele deve ter lançado o anzol para pescar seu peixe cofre. Mesmo que, anteriormente, estivesse acostumado a fazer da pescaria o seu ganha pão, acredito que nunca isso acontecera assim tão de imediato. Era só pescar, abrir a boca do peixe, pegar a moeda e saldar o compromisso.
O que podemos aprender dessa mensagem?
Mesmo em momentos delicados e sofridos, o Mestre anunciava o Seu futuro nada promissor aos olhos humanos, mesmo em meio à consternação dos Seus discípulos, a vida continuava.
Os cobradores do imposto do templo estavam atentos à sua profissão e nem estavam ligando para os sentimentos dos íntimos do Nazareno.
Quantas vezes vivemos a mesma insensibilidade, ou seja, independentemente da situação existencial dos demais, ficamos presos apenas às nossas, por vezes, mesquinhas , preocupações.
Por vezes, por falta da escuta com o coração, nem estamos aí para a realidade do outro e continuamos insistindo no que, para nós, parece ser o essencial.
Jesus teve jogo de cintura. Abriu o jogo com Pedrinho, porém, não Se prendeu ao que poderia aduzir como um privilégio, ou seja, a isenção do imposto. Mais vale salvarmos a unidade e a fraternidade que comprovar que a razão está conosco.
Pe. Jacob, MSF.