Jesus de Nazaré, queria os Seus seguidores desprendidos de tudo o que pudesse atrapalhar um verdadeiro seguimento. Quem Se despojou ao ponto de deixar o Paraíso para Se fazer carne e habitar em nosso meio, tinha toda a autoridade para compartilhar: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus!” Mt 19,23.
Pior que isso, Ele não deixou por menos: “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” Mt 19,24.
O compartilhar do Nazareno era sério, pois, “ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados e perguntaram: Então, quem pode ser salvo” Mt 19,25.
Acentuando a seriedade da questão, “Jesus olhou para eles e disse: Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível!” Mt 19,26.
Importa que sejam esclarecidas algumas coisas. O que vem a ser o rico, biblicamente falando?
Rico, neste contexto, é o auto suficiente, o que pensa que pode bastar-se a si mesmo. Não se trata de um mero possuir ou não de bens materiais ou de qualquer outra dimensão, ou seja, psíquica, cultural e religiosa.
Rico bíblico é o que se deixa escravizar por estes bens que o Espírito Santo lhe confiou para, simplesmente, administrar.
A este o Reino dos Céus fica fechado. Ele é incapaz de viver o preceito do amor que ordena a cada um amar o próximo como a si mesmo.
Pedrinho, frente a estas colocações de Jesus foi logo dizendo: “Vê! Nós deixamos tudo e Te seguimos. O que haveremos de receber?” Mt 19,27.
A resposta do Mestre foi surpreendente: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem Se sentar no trono de Sua glória, também vós, que Me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” Mt 19,28.
Contudo, Jesus deixa bem mais claro o tema quando acrescenta: “Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a Vida Eterna” Mt 19,29.
Todavia, não se trata pura e simplesmente, de deixar esses elementos todos, por qualquer eventualidade, porém, em nome de Jesus.
Quantas pessoas perdem seus bens por causa de um incêndio, duma enchente ou qualquer outro fator. A pergunta que cabe aqui é se deixaram os bens ou esses lhes foram, simplesmente, arrebatados? Fizeram uma opção pessoal, ou foram meras vítimas de circunstâncias?
O Mestre, novamente, chama a nossa atenção para as aparências que, muitas vezes, são enganosas: “Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros!” Mt 19,30. Jesus Amado, faze que vivamos a pobreza bíblica e, assim, nos aproximemos do Reino dos Céus.
Pe. Jacob, MSF.