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Rugas e Intrigas

Rugas e Intrigas - Mulher velha olhando para o horizonte

Por Pe. Jacob, MSF.

O ser humano, depois do pecado original, ficou sujeito a diversas mazelas. Entre estas encontramos a mania de fazer comparações com os demais e, a partir disso, ficamos mais propensos às intrigas e rusgas.
Relata o hagiógrafo: “Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava”, que se auto apresenta, “o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia” Jo 21,20, para perguntar, “Senhor, quem é que Te vai entregar?” Jo 21,20.
Pedrinho, quem sabe, com uma pontinha de ciúme, pergunta: “Senhor, o que vai ser deste?” Jo 21,21.
A resposta de Jesus: “Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, o que te importa isso? Tu, segue-Me!” Jo 21,22, desconcertou não somente a Pedrinho, mas a todos os que estavam presentes. Prova disso é que, a partir de então: “Correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria!” Jo 21,23.
Joãozinho estava apenas preocupado com a verdade que o levou a complementar e deixar bem evidente: “Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, o que te importa?” Jo 21,23.
Na verdade, dessa assertiva do Mestre podemos deduzir que o fuxico e a boataria não levam a nada. Da mesma forma, indiretamente, Jesus diz que cada qual deveria ocupar-se com a sua vida e não ficar fofocando a respeito da alheia.
Muitas rusgas e intrigas nascem dessas conjeturações a respeito do que fulano falou ou sicrano deixou de dizer. Pior que isso são as falsas interpretações acerca do dito, do não dito ou, do supostamente, dito.
O Mestre apresentou uma alternativa: “Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha”, essa é uma questão Minha, ela independe do Pedrinho, “o que te importa isso?”
O Mestre dá uma tapa de luva bem dada. O que acontece com Joãozinho, é da conta dele. De ti, espero algo mais que estar bisbilhotando a vida dele, “Tu, segue-Me!”
Encontramos aqui essa grande lição de vida: Se tenho dificuldades para resolver a minha jornada, por que ficar me preocupando e querendo conduzir a caminhada do outro?
O importante é seguir o Nazareno. Se o fizéssemos, evitaríamos uma série de fuxicos que provocam tantas intrigas.
Com que simplicidade Joãozinho compartilha: “Esse é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu”, com que paz de consciência aduz: “Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” para, singelamente revelar: “Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo todos os livros que seriam escritos!” Jo 21,24-25.
Jesus Amado, faze que cuidemos da nossa vida e deixemos que o outro zele pela sua. Faze que, quando procurados, tentemos auxiliar na medida do possível sem nos tornarmos bisbilhoteiros e inconvenientes.

Pe. Jacob, MSF.

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