O hagiógrafo chama a nossa atenção para a atitude dos fariseus que se aproximaram de Jesus para o tentar. Foi nessa atitude perversa que O interrogaram: “É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo?” Mt 19,3.
Jesus chama a atenção deles para a Sagrada Escritura: ”Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher?” Mt 19,4.
Por isso, se o homem tem vocação para o Matrimônio, “deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne” Mt 19,5.
A consequência de viverem essa vocação é que “eles já não são dois, mas uma só carne” Mt 19,6.
Para que essa missão pudesse ser melhor cumprida Jesus deixou para nós o Sacramento do Matrimônio.
Sacramento é um Sinal visível para manifestar o amor invisível de Jesus pela Sua Igreja.
Um homem e uma mulher que desejam viver como Sacramento, ou seja, como um Sinal visível desse amor crístico, vão construir um Relacionamento que pode gerar ou aprofundar seu amor.
Quando um Casal se une pelo Sacramento do Matrimônio ele está convocado a se transformar sempre mais neste Ser Sacramental. Assim sendo, melhor que o termo Sacramento para indicar esse chamado, é o de Sacramentalidade, que sugere um processo a ser instituído para que a Unidade do Casal aconteça.
Dessa maneira o Casal consegue energias para viver o mandato: “Deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne.”
Isso não acontece por decreto, nem porque o Casal recebeu a bênção da Igreja. É um processo existencial que foi assumido no dia do casamento e que deverá perdurar até que a morte os separe.
Esse é o Projeto divino para o Matrimônio. Por isso o Mestre adverte: “Por isso Eu vos digo, quem despedir a sua mulher e se casar com outra, comete adultério.
A proposta do Nazareno pareceu tão séria que Seus discípulos logo reagiram: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se” Mt 19,10.
Confirmando que o Matrimônio é uma vocação, Jesus comenta: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido” Mt 19,11.
Erroneamente se pensa que o Casamento é para todos. Ele é uma vocação tal e qual o Sacerdócio e a Vida Religiosa. Se alguém assumir este ou aquele estado de vida sem ter a vocação, vai se tornando candidato para uma infelicidade existencial. É pela vivência da Sacramentalidade que se constitui um Sacramento.
Pe. Jacob, MSF.
