As propostas, as atitudes, bem como os comportamentos do Nazareno e dos Seus discípulos, sempre mexeram com os fariseus e demais lideranças do povo judeu.
Esta realidade prossegue ainda em nossos dias. O farisaísmo, através da História, sempre teve os seus adeptos. Quem sabe, camuflamos um pouco nas manifestações do mesmo, porém, o fato prossegue.
Ontem, os fariseus com os mestres da Lei, criticaram o gesto de os discípulos comerem e beberem, ao passo de eles e os seus se dedicarem ao jejum e às orações. Jesus tentou mostrar que as atitudes e os comportamentos antigos, sem um verdadeiro espírito de conversão, pouco ou nada representam numa realidade nova que necessita ser implantada.
No Evangelho de hoje, Lucas compartilha: “Num sábado, Jesus estava passando através das plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos” Lc 6,1.
Foi o que bastou para que “alguns fariseus dissessem: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” Lc 6,2.
Jesus, solidário com os Seus, delicadamente, tomou a defesa dos mesmos: “Acaso não lestes o que Davi e os seus companheiros fizeram quando estavam sentindo fome?” Lc 6,3, para, a seguir relembrar: “Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu”, e aduziu: “E, ainda por cima, os deu a seus companheiros” Lc 6,4.
O Nazareno, com toda a convicção, mostra Seus conhecimentos escriturísticos aduzindo: “No entanto, só os sacerdotes podem comer destes pães” Lc 6,4.
Jesus, mais uma vez, tenta mostrar aos seus críticos Quem Ele, de fato, era: “O Filho do Homem é senhor também do sábado!” Lc 6,5.
Será que nós, por vezes, não agimos como esses fariseus? Às vezes, nos colocamos a criticar atitudes e comportamentos de nossos irmãos, sem, na verdade, termos os devidos e necessários conhecimentos por que eles agem assim ou vice-versa?
Com quanta facilidade gostaríamos que os nossos critérios fossem os únicos, como se, somente eles, fossem válidos?
Sem nos darmos conta, normalmente, o que apontamos como errado nos demais, é, precisamente, aquilo que nos esforçarmos por esconder dos outros. Por vezes, somos tão ingênuos que pensamos poder tapar o sol com a peneira. Como se nossos melindres pessoais tivessem o condoam de esconder dos outros aquilo que evitamos revelar a eles.
Faríamos muito bem se déssemos mais atenção ao dito popular: Quem tem telhado de vidro evite atirar pedras no do vizinho! Jesus Amado, faze que sejamos humildes e procuremos corrigir em nós o que, tão facilmente, apontamos como errado no irmão.
Pe. Jacob, MSF.