Nosso Blog

Solidão e Sozinhez

Solidão - rapaz olhando horizonte com bíblia na mão

Por Pe. Jacob, MSF.

Jesus de Nazaré assegura: “Eu não estou só, porque o Pai está comigo!” Jo 16,32.
Se Jesus, a Cabeça do Seu Corpo Eclesial, sempre está em comunhão com o Pai, isso vale também para os Membros desse Corpo. Pelo Batismo fomos inseridos Nele, ou, se quisermos, o Mestre continua sendo a Videira Verdadeira na qual fomos enxertados por esse Sacramento da Iniciação Cristã.
O Evangelho de hoje, Jo 16,29-33, oferece uma rica oportunidade para que pensemos na Solidão e na Sozinhez.
Solidão é o que Jesus de Nazaré vivenciou com intensa propriedade. Quantas vezes, O encontramos à beira do mar, na montanha, no Horto das Oliveiras e, quem sabe, em quantos outros lugares que Ele procurava para estar em profunda intimidade com o Pai e O espírito Santo.
A Solidão, na verdade, é algo necessário e indispensável para todo ser humano.
O Nazareno prova que a intimidade com a Trindade Santa não O desligava dos Seus. Após a multiplicação dos pães e dos peixes, Ele despediu as multidões e ordenou que Seus discípulos fossem para a outra margem. Enquanto isso, Ele subiu a montanha e lá ficou sozinho orando.
Enquanto isso, violenta tempestade se armou, e Ele, mesmo em profunda contemplação, provou que permanecia em intensa sintonia com eles, pois, deixou a prece e Se dirigiu ao seu encontro caminhando sobre as águas.
A Solidão faz parte do cultivo de cada ser humano. Indispensável se faz retirar-se, se não física, mas espiritualmente, para lugares solitários. Os ruídos, sejam externos ou internos, prejudicam demais. Não por nada que alguém, sabiamente, compartilhou que “o barulho não faz bem e o bem não faz barulho!”
O que seria a Sozinhez? Este termo é um neologismo que criei para designar aquele estado de espírito no qual nos experimentamos como  relegados e nos sentimos como um zero à esquerda. É um profundo sentimento de inutilidade. É como quando nos sentimos tão inúteis que parecemos, simplesmente, ser ignorados, e, até por vezes, esquecidos, como se não existíssemos.
Também quando nos percebemos como se fôssemos um estorvo e como se ninguém apreciasse e valorizasse a nossa presença e companhia.
Nestes momentos se torna mais necessária e importante nossa ida para o Silêncio Interior de Escuta, para nele, tomarmos posse do que assegura Jesus: “Eu não estou só, porque o Pai está comigo!”
Deus preenche qualquer Sozinhez, desde que tenhamos atitudes de fé e cultivemos a esperança de sermos libertados desse estado de morbidez.
Jesus Amado, concede-nos a graça de distinguirmos entre a Solidão e a Sozinhez. Faze que evitemos esta para buscarmos carinhosamente Aquela.

Pe. Jacob, MSF.

Está gostando do conteúdo?

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on pinterest