Jesus de Nazaré foi e continuará sendo um Ser diferenciado. Somente Ele possui, no Seu corpo físico, simultaneamente, a natureza divina e a natureza humana.
Consoante sábia assertiva de São Leão Magno: “Jesus encarnou-Se para assumir a nossa humildade, sem diminuir a Sua majestade. Permanecendo o que era e assumindo o que não era, uniu a verdadeira condição de escravo à condição segundo a qual Ele é igual a Deus. Realizou assim entre as duas naturezas uma aliança tão admirável que, nem a inferior foi absorvida por esta glorificação, nem a superior foi diminuída por esta elevação.”
Prossegue o autor: “Desta forma, conservando-se a perfeita propriedade das duas naturezas que subsistem em uma só Pessoa, a humildade é assumida pela majestade, a fraqueza pela força, a mortalidade pela eternidade.”
Admirável é este Mistério no qual, ”a natureza invulnerável se uniu à natureza passível, e a realidade de verdadeiro Deus e verdadeiro homem associa-se na única Pessoa do Senhor.”
Como seria bom se entendêssemos, segundo continua São Leão Magno, que, “por este nascimento, Ele é semelhante a nós pela Sua humanidade, e superior a nós pela Sua divindade. De fato, se não fosse verdadeiro Deus, não nos traria o remédio, e, se não fosse verdadeiro homem, não nos serviria de exemplo.”
Foi Esse Ser maravilhoso que Se preocupou em apresentar o Reino de Deus. Profundo conhecedor do ser humano, assim compartilhou: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido” Mt 13,44. Porém, “cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.
Esse Ser maravilhoso falou também: “O Reino dos Céus é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” Mt 13,45-46.
Podemos deduzir dessas Parábolas que o Reino dos Céus é uma mescla da graça de um Deus que, na Sua gratuidade, revela esse Reino. Contudo, sem uma atitude prospectiva, esse Reino permanecerá inerte a sem sentido.
De pouco valeria o tesouro e a pérola de grande valor se, descobertas, não levassem a um comportamento posterior. Quem encontrou o tesouro, mantém o mesmo em sigilo. Contudo depois, vai, vende seus bens, e adquire o mesmo.
Igualmente, o comprador de pérolas age e faz de tudo para adquirir a mais valiosa. O grande Tesouro a nós doado é Jesus. Ele é também a Pérola de grande valor. Tentemos descobrir o que devemos abandonar para termos sempre mais intimidade com Ele.
Pe. Jacob, MSF.