Retomemos a exortação do Nazareno: “Quem tem ouvidos ouça!” Mt 13,9, Percebamos como continua válida e útil essa ordem para todos os que querem, de fato, fazer da Palavra de Deus uma orientação segura para a sua caminhada.
Convido a todos os leitores para fazermos um exercício concreto de escuta com o coração da Parábola do Joio e do Trigo.
O Mestre continuou a ensinar: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo” Mt 13,24.
Aí Ele apresenta um detalhe importante: “Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora” Mt 13,25.
Percebamos a sutileza de Jesus. O homem semeou boa semente. Contudo, enquanto todos dormiam, não apenas o semeador, mas também os demais que, depois, se deram conta e se preocuparam com o ocorrido.
O demônio é esperto. Possui, além de uma inteligência superior, muita experiência. Aproveita os cochilos da humanidade para semear o joio, ou seja, para atrapalhar o trabalho do homem em busca do Reino de Deus e dos seus valores.
Pela semelhança que existe entre estes dois cereais, somente, “quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio” Mt 13,26.
O fato chamou a atenção dos empregados que “foram procurar o dono e lhe disseram: “Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?” Mt 13,27.
Com toda a tranquilidade, “o dono respondeu: Foi algum inimigo que fez isso” Mt 13,28.
Com a maior disponibilidade, “os empregados perguntaram: Queres que vamos arrancar o joio?” Mt 13,28.
O carinho do dono pela sua seara fez com que respondesse: “Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo”, para, sabiamente, aduzir: Deixai crescer um e outro até a colheita!” E no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: Arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado!” Mt 13,29-30.
A seguir, concluiu: “Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro” Mt 13,30.
Tentemos escutar com o coração o que o Espírito Santo nos transmite nesta Parábola.
Somos uma plantinha na seara do senhor. A questão é sabermos se somos trigo ou joio.
No Projeto de Deus somos trigo. Contudo, pela nossa sonolência e pela falta de cuidado, por vezes, nos transformamos em joio.
Além disso, estamos convivendo com pessoas que nem possuem noção dessa realidade. Talvez até tenham, como nós também os possuímos, atitudes e comportamentos de joio. É neste contexto que vamos vivendo. Importa que, no dia da ceifa, ou seja, da nossa partida deste planeta, sejamos trigo destinado aos celeiros eternos.
Pe. Jacob, MSF.
